Ato de pensar na Filosofia
da Educação é elaborar maneiras de organização das áreas do conhecimento da
educação, dessa forma construindo novas formas de agir, a maioria das vezes com
intenções buscando um olhar apurado sobre a aprendizagem.
Cada
povo tem um processo de educação pelo qual transmite a cultura, seja de maneira
informal ou por meio de instituição como a escola. No entanto, sempre o homem
reflete especificamente e de maneira rigorosa sobre o ato de educar, muitas
vezes a educação é dada de maneira espontânea a partir do senso comum de
geração para geração. (ARANHA 1996, p.108)
Não há como fugir à
filosofia no campo da educação. Ela se relaciona intimamente com a função nem
sempre levada a sério e, não obstante, fundamental, de avaliar. De fato, a
avaliação resume, de certo modo, ou acompanha, como um vetor ou como um eixo
orientador, todo o processo educacional. Ela se faz presente no início do
processo, ao estabelecermos as metas; no seu decurso, quando traçamos e
executamos as estratégias; no final, quando julgamos o que e quanto foi
cumprido. Ora, avaliar é emitir juízos de valor e estes implicam sempre,
queiramos ou não, consciente ou inconscientemente uma posição filosófica, uma
filosofia. Segunda Aranha (1996, p. 108). “Tendo sempre presente o
questionamento sobre o que é a educação, a filosofia não permite que a
pedagogia se torne dogmática nem que a educação se transforme em adestramento
ou qualquer outro tipo de pseudo- educação.”
O que se conhece normalmente pelo nome de
filosofia da educação não o é propriamente, mas identifica-se, ora com a
"filosofia de vida", ora com a "ideologia". Acredita-se,
porém, que a filosofia da educação só será mesmo indispensável para a formação
do educador; se ela for encarada, tal propondo, como uma reflexão (radical,
rigorosa e de conjunto) sobre os problemas que a realidade educacional
apresenta.
Pode-se,
por fim responder à pergunta colocada no início, o que leva o educador a
filosofar é os problemas que ele encontra ao realizar a tarefa educativa:
formal, não formal e informal. É nesse sentido que a educação visa o homem, é
conveniente começar por uma reflexão sobre a realidade humana, procurando
descobrir quais os aspectos que ele comporta, quais as suas exigências
referindo-as sempre à situação existencial concreta do homem. Assim,a tarefa da Filosofia da Educação será oferecer aos
educadores um método de reflexão que lhes permita encarar os problemas
educacionais, penetrando na sua complexidade e encaminhando a solução de
questões tais como: o conflito entre "filosofia de vida" e
"ideologia" na atividade do educador; a necessidade da opção
ideológica e suas implicações; o caráter parcial, fragmentário e superável das
ideologias e o conflito entre diferentes ideologias; a possibilidade, legitimidade,
valor e limites da educação.
Enfim
encarada, a filosofia da educação não terá como função fixar "a
priori" princípios e objetivos para a educação; também não se reduzirá a
uma teoria geral da educação enquanto sistematização dos seus resultados. Sua
função será acompanhar reflexiva e criticamente a atividade educacional de modo
a explicitar os seus fundamentos, esclarecer a tarefa e a contribuição das
diversas disciplinas pedagógicas e avaliar o significado das soluções
escolhidas.
Referência:
ARANHA, Maria Lúcia Arruda. Filosofia da Educação, 2ª edição. Editora
Moderna, São Paulo 1996.
Platão
(428/7-348/7 a. C) é marcado em toda a História da Filosofia como sendo um
grande propagador das ideias de seu mestre, o também filósofo Sócrates
(470/469-399 a. C). A sua obra literária, constituída de diálogos, tem Sócrates
como o personagem principal, sempre envolvido em discussões com os mais
diversos tipos de pessoas da Grécia. Deste modo, fica difícil estabelecer um ponto
onde termina o pensamento socrático e onde se inicia o pensamento de Platão.
Porém, no
momento em que Platão inicia sua discussão sobre a noção de ideia, como essência da coisa em si,
independente do intelecto e de todas as outras coisas, o seu pensamento começa
a tomar ares de algo próprio. Platão inicia com este estudo, um método de
pesquisa de característica matemática, colocando um principia e aceitando
aquilo que está de acordo com ele, rejeitando o que está em desacordo com este mesmo
principio. Segundo Sócrates, esta é uma “ação de geômetra”, que propõe
hipóteses das quais se extrai as consequências lógicas.
A “Ideia”
para Platão não representa um simples conceito ou uma mera representação
mental. Ela representa uma causa de natureza não física, uma realidade
inteligível, ou seja, representa aquilo que o pensamento mostra quando está
livre do sensível, constituindo o chamado “verdadeiro ser”. Outro termo usado
por Platão para representar esta sua noção de Ideia é Paradigma, ou
seja, a Ideia é um modelo permanente de cada coisa (como cada coisa deve ser).
Todas as Ideias
existem “em si” e “por si”, ou seja, não estão relacionadas a nenhum sujeito
particular, nem podem ser moldadas à vontade de ninguém especificamente. Esta
característica permite compreender que as Ideias não podem ser mais do que realmente
são. Isto quer dizer que elas se mantêm sempre da mesma maneira, puras, imóveis
e impossíveis de se tornarem outra coisa. Por exemplo, a ideia de “Belo em Si”
não pode sob-hipótese alguma se tornar feia. Para que algo seja considerado feio,
deve estar incluído apenas na Ideia de “feiura”.
As Ideias
habitam uma esfera própria, mantendo suas características de unidade, pureza e
imobilidade. Mas elas se manifestam em outro plano, no das coisas sensíveis, ou
seja, no nosso mundo. A partir de então, tem-se uma dualidade de mundos na
filosofia de Platão no que diz respeito às coisas que existem e que podem ser
conhecidas. Estes dois mundos são conhecidos pelos nomes de Inteligível (das Ideias)
e Sensível (das Representações). O período da vida filosófica de Platão em que
aconteceu esta descoberta do inteligível, e consequentemente, a sua relação com
o sensível, é conhecido pelo nome de Segunda Navegação. Trata-se do
abandono de Platão em relação aos estudos unicamente voltados aos sentidos e às
coisas físicas, como faziam os naturalistas anteriores a ele. O filósofo grego
valoriza acima dos sentidos, o raciocínio puro, que é captado pelo intelecto, em
outras palavras, o verdadeiro conhecimento.
Platão,
após fazer esta distinção entre dois mundos, aplica estes conceitos à esfera do
ser humano, construindo uma concepção dualista de homem. Aliás, este ponto é
muito importante para a compreensão da Filosofia de Karl R. Popper,
principalmente para saber quais foram as bases para sua ideia de dualismo e mais
tarde de pluralismo.
O Mundo das Ideias ou Inteligível
Platão
chamou o conjunto de Ideias de “Hiperurânio” (acima do céu), termo usado na sua
obra Fedro. Neste “mundo” existem ideias para todas as coisas (Ideias de
valores estéticos, Ideias de valores morais, Ideais de entes corpóreos, etc.).
Estas ideias caracterizam a chamada “substância”, que é desprovida de cor,
forma ou qualquer outro aspecto físico. O importante é que todas elas são
incorruptíveis e não estão sujeitas a geração.
Para
Platão, ninguém poderia alcançar este mundo “superceleste”, a não ser que
possuísse as condições necessárias para tal feito, no caso, possuir o
conhecimento das verdadeiras causas. Apenas o filósofo, aquele que consegue
desenvolver a “parte mais elevada de sua alma” poderia conhecer o Mundo
Inteligível. Ele, ao alcançar tal conhecimento, adquire as capacidades para bem
viver, tanto sua vida individual, como social. Pode contemplar tais idéias e
usá-las no seu mundo. O filósofo contempla o sol e pode voltar à caverna.
Diante disso,
pode-se concluir que a teoria das Idéias de Platão pretendeu sustentar que o
sensível só pode ser explicado mediante o recurso do supra- sensível, o
relativo mediante o absoluto, o sujeito a movimento mediante o imutável, o corruptível mediante o eterno.
Esta é a meta do pensamento de Platão, a busca de uma “condição incondicionada”
para o conhecimento, o encontro com o absoluto fundamento da verdade. O “verdadeiro
ser” é constituído pela “realidade inteligível”.
Mas como é possível
aos homens ultrapassarem o mundo das aparências ilusórias? Platão supõe que os
homens já teriam vivido como puro espírito quando contemplaram o mundo das
ideias. Mas tudo esquecem quando se degradam ao se tornarem prisioneiros do
corpo, que é conhecido como “tumulo da alma”. Pela teoria da reminiscência,
Platão explica como os sentidos se constituem apenas na ocasião para despertar
nas almas as lembranças adormecidas. Em outras palavras conhecer é lembrar. No dialogo
Menon Platão descreve como um escravo, ao examinar figuras sensíveis que lhe são
oferecidas, é induzido a lembrar-se das ideias e descobre uma verdade geométrica.
O Mundo Sensível
ou das Formas
Este mundo seria um conjunto de cópias do que
existe no Mundo Inteligível, construídas a partir de um artífice, que Platão
denomina de “Demiurgo”. Este “criador” conseguiu dar forma a uma matéria-prima
que possuía, tomando por modelo, as idéias eternas. No primeiro volume da
coletânea Historia da Filosofia, seus autores Giovanni Reale e Dario Antiseri escrevem
sobre esta questão do
Demiurgo e sua criação, baseados no texto de Platão:
O mundo do
inteligível (modelo) é eterno, como eterno é também o Artífice (a inteligência).
O mundo sensível, ao contrario, construído pelo Artífice, nasceu, isto é, foi
gerado, no sentido vervê-lo e tocá-lo, pois ele tem um corpo e tais coisas são
todas sensíveis; e as coisas sensíveis (...) estão sujeitas a processos de
geração e são geradas”.1
Segundo
Platão, o Demiurgo criou este mundo por amor ao bem e por “bondade”, portanto o
mundo não pode ser corrompido, pois não há traço de corrupção em sua formação. Entretanto,
o mal vem da irredutibilidade da “espacialidade caótica”, ou seja, da matéria
sensível ao inteligível (do irracional ao racional).
Portanto, o
mundo sensível, é uma espécie de imitação do inteligível, tal qual uma pintura
de uma árvore é uma imitação da árvore verdadeira.
Aliás, este conceito de imitação no que diz
respeito à arte é levantado por Platão em sua obra A República como
tendo grande relação à fundamentação do mundo sensível e do inteligível.
Segundo ele, o objeto artístico é uma imitação de um objeto da natureza, que
por sua vez, já é uma cópia de algo existente no mundo composto pelas idéias.
Logo, há uma escala de imitação em relação aos seres.
Platão
coloca também uma questão dento de sua concepção de mundo sensível, o tempo.
Para ele, o tempo consiste numa espécie de imagem móvel do eterno, nascida
junto com o mundo. O tempo não existia antes da criação do mundo. Com isso,
pode-se perceber uma estrita relação do tempo com as coisas que compõem o mundo.
Ambos são criações de um mesmo artífice, oriundas de uma esfera inteligível.
Referênicias:
MAIRINQUE Igor das Mercês (Iniciação Científica-Piic-UFSJ)Disponível em: acessado em 14/05/2012 as 22 horas e 25 min.
1 REALE, Giovanni e ANTISERI,
Dario. História da Filosofia. Vol I. P. 143
Segundo Wikipedia o dicionario eletrônico: A Maiêutica Socrática tem como
significado "Dar a luz (Parto)" intelectual, da procura da verdade no interior
do Homem. Sócrates
conduzia este parto em dois momentos: No primeiro, ele levava os seus
discípulos ou interlocutores a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito
de um determinado assunto; no segundo, Sócrates os levava a conceber, de si
mesmos, uma nova ideia, uma nova opinião sobre o assunto em questão. Por meio
de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica
dá à luz ideias complexas. A maiêutica baseia-se na ideia de que o conhecimento
é latente na mente de todo ser humano, podendo ser encontrado pelas respostas a
perguntas propostas de forma perspicaz. A auto reflexão, expressa no nosce
te ipsum - "conhece-te a ti mesmo" - põe o Homem na
procura das verdades universais que são o caminho para a prática do bem e da
virtude. A Maiêutica, criada por Sócrates no século IV a.C., tem seu nome
inspirado na profissão de sua mãe, Fanerete, que era parteira. Sócrates
esclarece isso no famoso diálogo Teeteto.
O ser humano só existe por causa das
ideias. Essas ideias movimentam a sociedade e faz com ela se movimenta no
espaço. Mas próprias ideias pode ter o contraditório, ou seja, gera o conflito.
Isto é nem todo o conhecimento produzido é verdadeiro e pode ser questionado. Bom
exemplo disso o Planeta Terra é quadrado ou redondo. Essa ideia era discutida
na Idade Média, quando Galileu Galilei afirmou que a Terra era redonda, mas foi
obrigado a renegar para não morre na fogueira da inquisição. Mas com o fim da
Idade Média e o surgimento do Iluminismo que a ciência se desenvolveu viu que a
Terra era redonda não cai como cachoeira no fim do horizonte. Portanto a tese é
verdadeira até que surge a ante tese, que pode ser questionado ou pode surgir o
contraditório. Então a Maiêutica faz com que nós seres humanos a pensar nas
ideias e vê-las se são verdadeiras ou não.
Referências:
Disponível
em acessado em 08/05/2012
as 22 horas e 04 min.
Ao Analisar a filosofia contemporânea, as
dificuldades decorrentes da adoção do modelo epistemológico, baseado no
pressuposto representacionista que leva a um estilo “pedagogizador”. Ao
fazermos propostas para uma filosofia da educação consistente e produtiva, mostraremos
os desafios que a superação desse modelo implica. Chama-se de “pedagogizador”
porque ele se resume a instruir, reproduzir conhecimento, ater-se a regras
normalizadoras. Seu suporte é a consideração de que há dois fatores estanques
em todos os processos em que algum tipo de conhecimento seja requerido: um
sujeito de conhecimento de um lado, e uma realidade a ser conhecida de outro. A
consequência para a educação, bem como em termos de propostas pedagógicas, é a
restrição à aplicação de técnicas a um sujeito, o aluno, tratado como objeto a
ser conhecido e treinado. Em contraposição, propomos analisar um modelo calcado
na intersubjetividade, mais apto a conduzir para a educação, entendida num
sentido construção de pessoas emancipadas, criativas, autônomas. Chama este
modelo de “modelo educacional”. Mas não considera que o diálogo,
intersubjetividade, modelo comunicativo, etc. Será ainda preciso mostrar seus
pressupostos teóricos, as implicações decorrentes, e principalmente, como ele
pode ser aplicado, aliviando as dificuldades pelas quais passa a sociedade,
sendo o papel da educação central para compreender essas dificuldades e propor mudanças.
Este é um processo complexo, e, evidentemente, a própria educação, especialmente
a educação formal, escolar, precisa ser revista com urgência.
O estilo “pedagogizador”
limita-se a instruir, reproduzir conhecimento, aplicar técnicas ao aluno,
tratado como objeto a ser conhecido e treinado. O papel da escola na sociedade é
disciplinar segundo Foucault. Já Habermas propõe um modelo calcado na
intersubjetividade, mais apto a conduzir para a educação, entendida num sentido
construtor de subjetividades emancipadas, criativas, autônomas. O modelo é
chamado de “modelo educacional”. Educar é produzir sujeitos capazes de linguagem
e de ação, calcadas em razões e argumentações justificadas, legítimas,
exigências fundamentais para atender às demandas sociais, culturais, econômicas
e éticas da modernidade. No Brasil, os desafios são imensos, porém contornáveis
mediante de políticas educacionais adequadas, cujo maior obstáculo é a escola “pedagogizadora”.
Há certas transformações sociais que só ocorrerão por meio da educação
construtora de sujeitos capazes e não apenas capacitados, autônomos e não
apenas treinados, qualificados para a ação e não apenas para o exercício.
Fontes:
Disponível em <www2.pucpr.br/reol/index.php/DIALOGO?dd1=653&dd99=pdf> acessado em 08/05/2012 as 21 horas e 15
min.
Os
primeiros pontos de luz nas trevas do pensar livre, provocados pela rendição da
razão à soberania da fé durante a chamada idade média, são percebidos nas obras
de pensadores como Copérnico que, em sua defesa e interpretação da teoria
heliocêntrica provocou uma verdadeira revolução. O deslocamento da terra, obra
prima do Deus criador, do centro do universo significou que o homem, tido como
o supremo ato da criação, deixou também de ocupar seu lugar de criatura sujeito
aos caprichos desse Deus. Da mesma forma que Sócrates, Platão e Aristóteles
antes deles os filósofos da modernidade chamaram para o âmbito da inteligência
e capacidade humana a tarefa de pensar o mundo!
Os
historiadores afirmam que o renascimento nos séculos XIV e XV marcado pela
redescoberta da arte e literatura grega, o humanismo com sua ênfase no temporal
e a consequente colocação do homem no centro da realidade, o repensar da
política e estilo de governo marcado pelas obras do Maquiavel, o estudo
científico e a Filosofia Moderna com sua ênfase do poder racional do homem,
sinalizaram um retorno às raízes do pensamento racional e a morte do poder de
controle do astrólogo, do mago e da igreja sobre o conhecimento. A sabedoria (o
conhecimento) não é mais visto como algo sagrada e mística além da compreensão
do homem comum; através do pensar, do raciocinar o homem é capaz de traçar seu
próprio destino e caminhar rumo ao conhecimento. No presente texto serão
apresentadas características dessa época da jornada humana, será que é de fato
uma viagem das trevas à luz ou pode ser considerado o curso natural das coisas
à luz do crescer do conhecimento humano?
A filosofia
da idade moderna nasceu graças aos trabalhos dos protagonistas do renascimento
cultural e científico dos séculos XIV e XV entre eles Nicolau Copérnico,
Leonardo da Vinci, e dos esforços de cientistas e pensadores como Galileu
Galilei, Francis Bacon, René Descartes e Emanuel Kant nos séculos seguintes e tem
entre suas características:
O Racionalismo
A filosofia
moderna propriamente falando iniciou-se com a teoria do conhecimento do René
Descartes. Conhecido como pai da filosofia moderna, parece que ele levou muito
a sério as palavras do Leonardo Da Vinci que diz "Quem pouca pensa, muito
erra."! Na Idade Média, na sociedade e na política a Palavra de Deus,
considerada fonte única do conhecimento absoluto, foi interpretada pela igreja
que dominava todos os aspectos da vida. O renascimento trouxe uma ênfase
renovada no desenvolvimento científico e na capacidade humana e a necessidade
de uma nova definição do ser humano e seu lugar no mundo. Na modernidade a
chamada Idade da Razão então, surgiu à necessidade de redefinir os paradigmas,
Descartes na declaração, "penso logo existem", descritos pelo Prof.
Wesley Dourado na palestra "Aspectos Gerais da Filosofia Moderna sobre as
como um "ponto arquemédico [...] a verdade inicial da qual se poderá
constituir outras verdades" iniciou esse processo. Ele declara que o
homem, ser racional por natureza, tem a capacidade de alcançar o conhecimento e
mais que isso, sua existência é definida pelo ato de pensar.
Por
entender ser possível chegar ao pleno conhecimento através do processo de
pensamento racional, Descartes, idealizou um processo de dúvida metódica pelo
qual através da rejeição (eliminação) de pensamentos ou ideias em que resida a
menor dúvida o homem seria capaz de alcançar o conhecimento. As obras do
Descartes formaram a base sobre qual os racionalistas desenvolveram seus
processos.
O Empirismo
Quando
Leonardo Da Vinci afirma que "A sabedoria é filha da experiência" de
fato resume em poucas palavras a crença dos empiristas ingleses cujo trabalho
antecedeu por quase um século. Francis Bacon, John Locke, David Hume e outros
pensadores contra posição aos racionalistas do continente europeu desenvolveram
e propagavam o raciocínio experimental, ou seja, a teoria de que o único
caminho pelo qual o homem pode chegar ao conhecimento é através da experiência
sensível (empírica). Marlene Chauí explica que Francis Bacon "propõe a
instauração de um método, definido como modo seguro de 'aplicar a razão à
experiência', isto é, de aplicar o pensamento lógico aos dados oferecidos pelo
conhecimento sensível". (2006 p.126)
Marlene
Chauí afirma que para os empiristas o contato com o mundo externo através de um
conjunto de sensações (através dos sentidos) leva a um processo de dedução que
possibilita o conhecimento, "O conhecimento é obtido por soma e associação
das sensações na percepção e tal soma e associação depende da frequência, da
repetição e da sucessão dos estímulos externos e de nossos hábitos". (2006
p.133) Um fator marcante da modernidade é a separação entre a Filosofia e a
Ciência empírica. A ciência moderna, dependente nas experiências desenvolvidas
em situações controladas, é empírica por natureza, contrastando-se com o
pensamento do Aristóteles que percebia a Metafísica como ciência primeira.
A perfectibilidade.
Os
precursores da filosofia moderna entre eles Leonardo da Vinci, Copérnico e
Galileu acreditaram na perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da
perfectibilidade da razão humana. Iniciou-se uma "busca por expressar,
entender, explicar pela razão perfeita a natureza perfeita" A ciência
renascentista entendeu que pelo fato que Deus criou a natureza é possível
conhecer Deus através da natureza e, portanto, produzir conhecimento.
Em sua
epistemologia Immanuel Kant sintetizou as teorias do Descartes e os
racionalistas continentais e Hume e os empiristas ingleses.
O processo
de racionalização, característico da Modernidade, que começara com os
renascentistas e com os cientistas, e passara por Descartes e pelos empiristas,
podia agora, ser compreendido por Kant como um processo que representava o curso
natural da evolução da sociedade. Finalmente o ser o humano estava apto para
raciocinar sobre a própria razão.
Embora
enfatizando e dando destaque alto à razão e a perfectibilidade humana, Kant e
outros filósofos modernos não fizeram nenhuma ruptura dramática dos valores
religiosos da idade média. Essa ruptura veio com os Iluministas franceses como
Voltaire e Diderot que produziram obras laicas e seculares e, por vezes
extremamente críticas da ação de igreja e sua influência opressiva na sociedade
e interferência no governo.
A filosofia
moderna coloca a razão, sujeito a exigências da fé na idade média, em liberdade
e por fim à dependência do ser humano possibilitando seu esclarecimento,
colocando o conhecimento ao seu alcance. Representa (na Europa ocidental) uma retomada
do pensamento da antiguidade e libertação do conhecimento do controle da igreja
poderosa dispensadora da graça divina na idade média.
REFERÊNCIAS:
CHAUÍ,
Marilena Convite à Filosofia. Editora Ática -13ª ed. 2006.
Disponível:<
http://www.suapesquisa.com> acesso em 03/05/2012 as 20 horas
Disponível:
acesso em 03/05/2012 as 22 horas e
30 min.
O empirismo é uma doutrina filosófica que tem como
principal teórico o inglês John Locke (1632-1704), que defende uma corrente a
qual chamou de Tabula Rasa. Esta corrente afirma que as pessoas nada conhecem, como uma folha em branco.
O conhecimento é limitado às experiências vivenciadas, e as aprendizagens se dão por meio de tentativas
e erros. Entende-se por empírico aquilo que pode ter sua
veracidade ou falsidade verificada por meio dos resultados de experiências e
observações. Teorias não bastam, somente através da experiência, de fatos
ocorridos observados, um conhecimento é considerado pelo empirista.
A percepção do Mundo
externo e a abstração da realidade realizada na mente humana são o que faz o
homem adquirir sabedoria, segundo o empirismo. Embora tenha se baseado no
cartesianismo de René Descartes, ao contrário deste, Locke não aceita a
existência de idéias inatas resultantes da capacidade de pensar da razão. Segundo
a teoria de Locke (com a qual concordavam os demais empiristas), a razão, tem a
função de organizar os dados empíricos, apenas unir uns dados aos outros, que
lhe chegam através da experiência. Segundo Locke, “nada pode existir na mente
que não tenha passado antes pelos sentidos”, ou seja, as idéias surgem da
experiência externa (via sensação), ou interna (via reflexão), e podem ser
classificadas em simples (como a ideia de largura, que vêm da visão) ou
compostas (a ideia de doença, resultado de uma associação de ideias).
Nesse sentido, qualquer
afirmação de cunho metafísico era rejeitada no Empirismo, pois para essas
afirmações não há experimentação, testes ou controles possíveis. Outro
importante teórico empirista foi o escocês David Hume (1711-1776), que
contribuiu com a epistemologia ao discutir o princípio da causalidade. Segundo
Hume, não existe conexão causal, e sim uma sequência temporal de eventos, que
pode ser observada.
Além de John Locke e David
Hume, outros filósofos que são associados ao empirismo são: Aristóteles, Tomás
de Aquino, Francis Bacon, Thomas Hobbes, George Berkeley e John Stuart Mill. O
empirismo causou uma grande revolução na ciência, pois graças à valorização das
experiências e do conhecimento científico, o homem passou a buscar resultados
práticos, buscando o domínio da natureza. A partir do empirismo surgiu a
metodologia científica.
Fontes:
Disponível em
acessado em 03/05/2012 as 19 horas e 00 min.